terça-feira, 23 de agosto de 2011

POEMAS COLORIDOS GHEZO)




POEMAS COLORIDOS(GHEZO)

PRETO
Tudo em volta
Envolto
Num doce clima
De cravo da Índia.
BRANCO
Nada na estampa
Um peixe amarelo
Ao som grave
De um violoncelo.
VERDE
Exalo verdades
pelos poros
De minha calma
Enquanto evoco
Verdolengos tempos.
AZUL
È mais ou menos
O Blues que ouço
Permeado
De grooves de Soul,
Que enfeita minh’alma.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

ODE AO MEU LADO CABAÇO



Meu lado esquerdo é virgem
nunca perfurado
é meu lado cabaço
deficiente
é o lado
 mais sensível.

As veias que ornamentam meu lado esquerdo
são donzelas
são essas,
que nunca me afligem...

Na verdade, meu lado esquerdo é, definitivamente,
virgem!

(Ghezo)

Pré-53

Nem me prendo a números!
vivo a caçar ar,
dias,
cantos a ouvir,
risos,
griots,
histórias de memórias,
contos de poesias!

(Ghezo)

TUDO!

A cada dia que amanheço
a cada Chico Buarque que ouço,
poético,
profético,
tomo um café da manhã,
penso em beijar flores
e gosto ainda mais
de ser
José!

(Ghezo)

poema novo


ÚLTIMA FLOR NO LAÇO

Nestes tempos em que flores,
Lembram terrorismo,
Te dou uma rosa vermelha
Morena
Para simbolizar teus grandes lábios,
Teus beiços,
Tua beleza
Tal qual essa rosa
Exposta
Em teu tornozelo.

terça-feira, 31 de maio de 2011

OUTROS POEMAS DE JORGE GHEZO


DESCRIÇÃO

ILUMINISTA PÓS-MODERNO,
SOU MESSIÂNICO, MECÂNICO, DIRECIONADO,
USADO E ABUSADO.
RENASCENTISTA, LOUVO A SEMANA DE ARTE MODERNA
AQUELA TELA
ELA,
QUE ME FAZ UM NAVEGADOR.
PRÁ RIMAR COM DOR,
SOU MAIS FRIDA KHALO E, O QUE ME DÓI,
RIMA COM LEON TOLSTÓI.
NEGRO, HONRO A COR,
E, GATO ESCALDADO,
ESCALO TELHADOS
PARA ENCARAR
O PREDADOR.


BRILHO D'ALMA
A MADRUGADA TROUXE A LUCIDEZ
BRILHANTE QUE DEFENESTROU
AS BRUMAS DE MINHA TRAVESSIA.
ENQUANTO EU RIA
O OUTRO, O OPOSTO, NUM ESGAR
ME ACENAVA DA OUTRA MARGEM...
EU, ALHEIO E CLAUDICANTE
CALMAMENTE, SEGUI O DIA.




À PARTE
A METADE QUE EM
EM MIM SE ABATE
APRESENTA-SE NUA E CRUA.
INSIDIOSA E INSINUANTE
ESPREITA-ME PELA VIDA...
MAS A OUTRA PARTE, LADINA,
ESGUEIRA-SE COM SUA LIRA
TRAÇA PENTAGRAMAS EM MINH'ALMA
SORVE NÉCTARES DE SONHOS.
E ISSO A NÓS ACALMA.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Lembranças...


POEMA FAMILIAR

Careço de um recall laudeliniano,
Com assessorias necessárias de Vicente, neco, Maria
Das virgens, Cássia e Ninice.

Nessa minha meninice,
Preciso ser convocado para uma sessão de colo,
De conselho, de injeção de vida na veia.

Necessito de algo, mas não sei o quê!
Qual o meu problema?

Talvez eu tenha nascido com vícios de origem
Ou seja uma pessoa sem eixo, sem centro, sem asas
Repleto de vícios redibitórios, caro para manter
Quem sabe, inviável
Cujo único remédio seja
Autoreciclagem...

(Jorge Ghezo) 26maio2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

gehzo ouve Torquato Neto - 2 -a cidade é o Gama-DF

CONSTATAÇÃO!

Enquanto me curvo
aos meus anseios, vislumbro
uma tarja na esperança que alavanca
meu acordar.

espreitando frestas de vida,
sigo por aqui, despeitado,
á cata de oásis onde
meu peito fale.

contemplando o agora,
vejo que o passado
é a única existência
que nos alenta.
(ghezo)

terça-feira, 26 de abril de 2011

19 - Thomas Hobbes: Filosofia da Idade Moderna

Um poema alheio...

A NAU DOS INSENSATOS PARTE LENTA

Vc nunca foi a dona dos seus atos
Nem viajou na nau dos insensatos
Nunca foi a musa bela
de nehum samba canção

Acorda, Calamity Jane de ressaca,
vê se abandona essa fragatinha babaca
Vê, panaca,
que é outra a música que rola no salão

eu aqui querendo zarpar no meu navio
só pra ver se esqueço o fio de sua alma ciumenta

Vê se me esquece, minha heroína malhada,
minha casa mal-assombrada, minha sombra,
você é apenas um torpedeiro abalroado
Você é só uma diamba que não dá lombra´

É pena que a nau dos insensatos parta lenta
A nau, esta jumenta que navega estranhamente
pelo mar...

Autor: Donne Pitalug, poeta de Planaltina e do univeso sideral.

sábado, 23 de abril de 2011

PIERRE VERGER carnaval Brasil - anos 40

DE BOA!

DE BOA!

NEM ME JULGO TOLO
SOU APRENDIZ DO VIVER
NOITE PÓS NOITE,
POESIA POR POESIA
VERSO E CONVERSA.

NEM CONCORDO COM CERTA LEITURAS FEITAS SOBRE MINHAS LIMITAÇÕES!
MUITAS, FEREM MINH’ALMA.

ERRO, BATO CABEÇA NO MURO
FAÇO RIMAS POBRES
MAS EU, MAIS QUE OUTREM,
SEI O SABOR DE MINHAS LÁGRIMAS.
(nego Jorge ghezo)

John Pilger - A Palestina continua sendo a questão (Palestine Is Still T...




Por: Curso Objetivo
Palestina (do original Filistina – “Terra dos Filisteus”) é o nome dado desde a Antigüidade à região do Oriente Próximo (impropriamente chamado de “Oriente Médio”), localizada ao sul do Líbano e a nordeste da Península do Sinai, entre o Mar Mediterrâneo e o vale do Rio Jordão. Trata-se da Canaã bíblica, que os judeus tradicionalistas preferem chamar de Sion.

A Palestina foi conquistada pelos hebreus ou israelitas (mais tarde também conhecidos como judeus) por volta de 1200 a.C., depois que aquele povo se retirou do Egito, onde vivera por alguns séculos.




Mas as sucessivas dominações estrangeiras, começadas com a tomada de Jerusalém (587 a.C.) por Nabucodonosor, rei da Babilônia, deram início a um progressivo processo de diáspora (dispersão) da população judaica, embora sua grande maioria ainda permanecesse na Palestina.

As duas rebeliões dos judeus contra o domínio romano (em 66-70 e 133-135 d.C.) tiveram resultados desastrosos. Ao debelar a primeira revolta, o general (mais tarde imperador) Tito arrasou o Templo de Jerusalém, do qual restou apenas o Muro das Lamentações. E o imperador Adriano, ao sufocar a segunda, intensificou a diáspora e proibiu os judeus de viver em Jerusalém.

A partir de então, os israelitas espalharam-se pelo Império Romano; alguns grupos emigraram para a Mesopotâmia e outros pontos do Oriente Médio, fora do poder de Roma.

A partir de então, a Palestina passou a ser habitada por populações helenísticas romanizadas; e, em 395, quando da divisão do Império Romano, tornou-se uma província do Império Romano do Oriente (ou Império Bizantino).

Em 638, a região foi conquistada pelos árabes, no contexto da expansão do islamismo, e passou a fazer parte do mundo árabe, embora sua situação política oscilasse ao sabor das constantes lutas entre governos muçulmanos rivais.

Chegou até mesmo a constituir um Estado cristão fundado pelos cruzados (1099-1187). Finalmente, de 1517 a 1918, a Palestina foi incorporada ao imenso Império Otomano (ou Império Turco). Deve-se, a propósito, lembrar que os turcos, e embora muçulmanos, não pertencem à etnia árabe.

Em 1896, o escritor austríaco de origem judaica Theodor Herzl fundou o Movimento Sionista, que pregava a criação de um Estado judeu na antiga pátria dos hebreus.

Esse projeto, aprovado em um congresso israelita reunido em Genebra, teve ampla ressonância junto à comunidade judaica internacional e foi apoiado sobretudo pelo governo britânico (apoio oficializado em 1917, em plena Primeira Guerra Mundial, pela Declaração Balfour).

No início do século XX, já existiam na região pequenas comunidades israelitas, vivendo em meio à população predominantemente árabe. A partir de então, novos núcleos começaram a ser instalados, geralmente mediante compra de terras aos árabes palestinos.

Durante a Primeira Guerra Mundial, a Turquia lutou ao lado da Alemanha e, derrotada, viu-se privada de todas as suas possessões no mundo árabe. A Palestina passou então a ser administrada pela Grã-Bretanha, mediante mandato concedido pela Liga das Nações.

Depois de 1918, a imigração de judeus para a Palestina ganhou impulso, o que começou a gerar inquietação no seio da população árabe. A crescente hostilidade desta última levou os colonos judeus a criar uma organização paramilitar – a Haganah – a princípio voltada para a autodefesa e mais tarde também para operações de ataque contra os árabes.

Apesar do conteúdo da Declaração Balfour, favorável à criação de um Estado judeu, a Grã-Bretanha tentou frear o movimento imigratório para não descontentar os Estados muçulmanos do Oriente Médio, com quem mantinha proveitosas relações econômicas; mas viu-se confrontada pela pressão mundial da coletividade israelita e, dentro da própria Palestina, pela ação de organizações terroristas.

Após a Segunda Guerra Mundial, o fluxo de imigrantes judeus tornou-se irresistível. Em 1947, a Assembléia Geral da ONU decidiu dividir a Palestina em dois Estados independentes: um judeu e outro palestino. Mas tanto os palestinos como os Estados árabes vizinhos recusaram-se a acatar a partilha proposta pela ONU.

Em 14 de maio de 1948, foi proclamado o Estado de Israel, que se viu imediatamente atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano (1ª Guerra Árabe-Israelense). Os árabes foram derrotados e Israel passou a controlar 75% do território palestino. A partir daí, iniciou-se o êxodo dos palestinos para os países vizinhos. Atualmente, esses refugiados somam cerca de 3 milhões.

Os 25% restantes da Palestina, correspondentes à Faixa de Gaza e à Cisjordânia, ficaram sob ocupação respectivamente do Egito e da Jordânia. Note-se que a Cisjordânia incluía a parte oriental de Jerusalém, onde fica a Cidade Velha, de grande importância histórica e religiosa.

POVO BASCO: TRABALHO DE GEOGRAFIA COLEGIO CATARINENSE

V de Vendetta: Anarquía significa sin líderes, no sin orden.

Pensadores Anarquistas



Precursores do anarquismo

[editar]Sociedades sem governo e a pré-história
De acordo com Harold Barclay antes do anarquismo ter surgido como uma perspectiva distinta, seres humanos viveram milhares de anos em sociedades sem governo.[1] Anarcoprimitivistas também acreditam que, por um longo período antes da história escrita, as sociedades humanas foram organizadas por princípios anárquicos. No entanto, existe um debate sobre as evidências antropológicas nas quais esta afirmação se fundamenta. Foi somente depois do surgimento das sociedades hierárquicas que as idéias anarquistas foram formuladas como uma resposta crítica e rejeição a toda forma de instituição política coercitiva baseada em relações sociais hierárquicas.
Muitos anarquistas não primitivistas consideram equivocada as especulações dos primitivistas, uma vez que a limitação dos registros e as analogias com as sociedades autóctones contemporâneas possuem claras limitações de contexto. Outros consideram ainda que a crença primitivista de uma pré-história libertária tem seu fundamento em um arcabouço mitológico ocidental que remete a era de ouro da antiguidade grega em que "homens e animais viviam em harmonia", e ao jardim do Éden cristão "antes do pecado original"; mas também em mitos modernos decorrentes de leituras enviesadas da própria filosofia ocidental como o "bom selvagem" de Jean Jacques Rousseau.
[editar]Filosofia ácrata na Grécia da Antiguidade


Busto de Zenão de Cítio considerado por Kropotkin "O maior expoente da filosofia anarquista na Grécia Antiga"
A utilização das palavras "anarchia" e "anarchos", ambas significando "sem governantes", podem ser traçadas até as Ilíadas de Homero[2] e as Histórias de Herodotus.[3] O primeiro uso político conhecido da palavra anarquia aparece na peça Sete Contra Tebas de Aeschylus, datada de 467 a.C.. Nela, Antigona se recusa abertamente a aceitar o decreto dos governantes a abandonar o corpo de seu irmão Polyneices não sepultado, como punição por sua participação no ataque a Tebas, diante do decreto ela diz "mesmo se ninguém quiser participar comigo, sozinha correrei o risco em sepultar meu próprio irmão. terei eu que agir em oposição desafiadora aos governantes da cidade (ekhous apiston tênd anarkhian polei)".
Aristipo de Cirene, um dos maiores discípulos de Socrates, grande estudioso das questões éticas, certa vez afirmou que os sábios não deveriam abrir mão de suas liberdades em prol do estado.[1]. No entanto, nenhum de seus escritos sobreviveu ao tempo e tudo que se conhece sobre suas reflexões está baseado nas obras de seus comentadores.
A Grécia Antiga também viu florescer a primeira instância do anarquismo enquanto ideal filosófico. Os Cínicos Diógenes de Sínope e Crates de Tebas advogaram por formas anárquicas de sociedade, mas pouco resta de seus escritos.[4] O filósofo Zenão de Cítio o fundador do Estoicismo, muito influenciado pelos Cínicos, descreveu sua visão de uma sociedade horizontal em torno de 300 a.C.[5] A República de Zenão se baseava em uma forma de anarquismo onde não existia necessidade de estruturas estatais. Zenão era, de acordo com Kropotkin, "O maior expoente da filosofia anarquista na Grécia Antiga". Como resumido por Kropotkin, Zenão "repudiava a onipotência do estado, sua intervenção e regimentação, e proclamava a soberania da lei moral do indivíduo". Na filosofia grega, a visão de Zenão de comunidade livre sem governo é oposta a utopia pró-estatal da República de Platão. Em oposição a Platão, Zenão argumentava que a razão poderia substituir a autoridade na administração dos assuntos humanos. Sua defesa da anarquia se baseava na premissa de que o instinto de auto-preservação necessariamente levaria os humanos ao egoísmo, no entanto, a natureza teria suprido o homem com um corretivo para esse aspecto, um outro instinto de sociabilidade. Como muitos anarquistas modernos, ele acreditava que se fosse permitido aos povos seguissem seus instintos, não precisariam de leis, cortes ou polícia, nem de templos ou espaços de adoração pública, não utilizariam dinheiro e formas de economia do dom tomariam seu lugar nas trocas. As reflexões de Zenão só chegaram até contemporâneidade na forma de trechos fragmentados.[2]


Satirizando seus conterrâneos Diógenes procura um ser humano em meio a cidade noturna. Pintura atribuída a J. H. W. Tischbein (c. 1780)
Em Atenas, o ano 404 a.C. foi comumente conhecido como "o ano da anarquia". De acordo com o historiado Xenofonte, trata-se de fato de um período em que Atenas foi governada pela oligarquia dos "Trinta", instalada pelos espartanos após sua vitória na segunda guerra do Peloponeso, e devido ao fato de que existia um Arconte no governo, nomeado pelos oligarcas, na pessoa de Pythodorus, os atenienses se recusaram a aplicar na ocasião seu costume de chamar o ano pelo nome do arconte, preferindo chamá-lo de 'ano da anarquia'".
Os filósofos gregos Platão e Aristoteles utilizaram o termo anarquia em seu sentido negativo, em associação com a idéia de democracia a qual acreditavam ser inerentemente vulnerável e passível de deteriorar em tirania. Platão acreditava que a corrupção criada pela democracia propiciava a hierarquia "natural" entre classes sociais, gêneros e grupos de idade, para sua ampliação "anarquia encontra um caminho nas casas privadas, e termina por chegar até os animais e infectá-los". ('República', livro 8). Aristoteles diz em seu livro sei das 'Políticas' quando discute revoluções, que as classes superiores podem ser motivadas a levar a cabo um grupo em suas contendas para prevenir a "desordem e anarquia (ataxias kai anarkhias) nos assuntos do estado. Este filósofo também associou a anarquia com a democracia quando afirmou existirem traços "democráticos" nas tiranias, denominou a anarquia uma licença possível entre escravos (anarkhia te doulôn)" bem como entre mulheres e crianças. "Uma constituição deste tipo", concluiu, "terá um amplo número de apoiadores já que viver desordenadamente (zên ataktôs) é mais prazeroso às massas que levar uma vida sóbria".
[editar]Filosofia ácrata na China da Antiguidade
Na China em 600 AC, o pensador taoísta Lao Zi foi o principal responsável pelo desenvolvimento do princípio de "não-comando" no Tao Te Ching, importante texto do taoísmo filosófico. Com base neste princípio muitos taoístas passaram a viver nos conformes com um modo de vida muito semelhante àquele chamado de "anarquista" na modernidade.
Em 300 AC, também o filósofo Bao Jingyan advogaria abertamente por uma sociedade que não estivesse baseada na existência de senhores ou servos.[6]
[editar]Movimentos e idéias ácratas no medievo
Existiram variedades de movimentos anárquicos religiosos na Europa durante a Idade Média, incluindo a Irmandade do Espírito Livre, os Klompdraggers, os Hussitas, Adamitas e os primeiros Anabaptistas.[7] Sobre estes últimos Bertrand Russell afirmaria em sua História da Filosofia Ocidental que os Anabaptistas "repudiaram todas as leis, desde que consideravam que o bom homem seria guiado a todo instante pelo Espírito Santo… por essa premissa eles chegaram ao comunismo…".
Em Gargantua e Pantagruel (1532-52), François Rabelais escreveu no Abby de Thelema (palavra grega que significa "vontade" ou "desejo"), um utopia imaginária onde seu princípio era "Faça Como Queira", lugar no qual não havia governantes ou governados. Graças a esta contribuição literária, bem como aos seus questionamentos críticos de fundo ético através da sátira aos governantes de seu tempo, Rabelais é considerado por alguns anarquistas, entre eles Voltairine de Cleyre, um importante precursor do pensamento ácrata no final do medievo. [8][9] Quase na mesma época, um estudante francês de Direito, Étienne de La Boétie escreveu seu Discurso sobre a Servidão Voluntária, no qual ele argumentava que a tirania é resultado da submissão voluntária, e deveria ser abolida pelas pessoas através da recusa a obdecer as autoridades que acreditavam estar acima delas.
[editar]Anarquismo e a modernidade

[editar]Do século XVI ao XVII


Imagem xilográfica sobre os Diggers cujo objetivo era substituir a ordem feudal derrotada por uma sociedade igualitária, agrária e cristã anticlerical.
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Para Leo Tolstoi, o Anarquismo Cristão tem como um dos seus mais importantes expoentes em Gerrard Winstanley, que fazia parte dos movimento dos Diggers na Inglaterra durante a Guerra Civil Inglesa. Em seus escritos, Winstanley afirmava que as "bençãos da terra" deveriam "ser comuns a todos… e nenhum senhor sobre os demais."[6] Em um de seus panfletos em meio ao século XVII, Winstanley defendia a criação de pequenas comunas agrárias de propriedade coletiva economia socialmente organizada, que entrariam para a história como os agrarianos.
[editar]Século XVIII
No entanto, na era moderna o primeiro a empregar o termo "Anarquia" com um sentido outro que não o caos foi Louis-Armand, Barão de Lahontan, em sua obra Novas viagens da América Setentrional (Nouveaux voyages dans l'Amérique septentrionale) (1703) onde descreveu os povos indígenas habitantes originais das Américas como sociedades sem estado, leis, prisões, padres ou propriedade privada, seres em anarquia.[10]
Em Uma defesa da Sociedade Natural (A Vindication of Natural Society) (1756), Edmund Burke defendeu a abolição do governo, posteriormente afirmaria que a obra era para ser um trabalho satírico. Três décadas depois William Godwin comentaria os escritos de Burke e seu tratado afirmando que neste "os males das instituições políticas existentes foram revelados com uma força de razão e capacidade de eloqüência incomparáveis, enquanto a intenção do autor era mostrar que esses males deveriam ser considerados trivialidades."
Thomas Jefferson também manifestou sua opinião sobre a sociedade sem governo.[11]


William Godwin
A base dos nossos governos é a opinião do povo, o mais fundamental dos objetivos deveria ser manter esse direito; e se fosse deixado para mim decidir se deveríamos ter um governo sem imprensa ou imprensa sem um governo, eu não hesitaria um momento em optar pelo o último. Mas o que quero dizer é que cada homem deve receber esses jornais e ser capaz de lê-los. Estou convencido que aquelas sociedades (como as dos índios) que vivem sem governo contam em sua maior parte com um grau infinitamente maior de felicidade que aqueles que vivem sob os governos europeus. Entre os primeiros, a opinião pública substitui a lei e cria freios morais mais poderosos do que as leis jamais serão onde quer que existam. Entre os últimos, sob a desculpa de governar, eles dividem suas nações em duas classes, os lobos e as ovelhas. Não estou exagerando. Esta é uma descrição verídica da Europa.

Piotr Kropotkin considera que William Godwin através de sua obra Inquérito acerca da justiça política de 1793, foi o "primeiro a formular as concepções políticas e econômicas do Anarquismo defendendo explicitamente a abolição de todas as formas de governo.[12] No entanto, neste texto Godwin não utilizou a palavra anarquismo por considerar a época um termo pejorativo, uma forma de insulto comum a todo pensamento e ação progressistas e revolucionários. Nesta obra Godwin defendeu a abolição do governo através de um processo gradual de reforma e esclarecimento. Por suas idéias Godwin é considerado nos dias de hoje um dos fundadores do "Anarquismo filosófico e um dos antecessores do utilitarismo." [3]
Existiram diversas correntes ácratas e libertárias durante a Revolução Francesa, com alguns revolucionários empregando o termo "anarchiste" em um prisma positivo como no início de setembro de 1793.[13] Os Enragés se opuseram a um governo revolucionário como uma contradição em termos. Denunciando a ditadura Jacobina, Jean Varlet escreveu em 1794 que "governo e revolução eram incompatíveis, a menos que o povo deseje estabelecer autoridades constituídas em permanente insurreição contra elas próprias. "[4] Em seu "Manifesto dos Iguais," Sylvain Maréchal defendeu o desaparecimento, de uma vez por todas da "distinção revoltante entre ricos e pobres, grandes e piquenos, mestres e servos, governantes e governados."[5]
[editar]Século XIX
[editar]Comunalismo experimental


Imagem da comunidade experimental New Harmony baseada na proposta de Robert Owen.
Em 1825 nos Estados Unidos, Josiah Warren participou da comunidade experimental pensada po Robert Owen chamada New Harmony, que desapareceu alguns poucos anos depois devido a conflitos internos. Em 1827, com New Harmony desintegrada, ele retornou a Cincinnati. Como Kenneth Rexroth escreveu, "quase todos os críticos de New Harmony disseram que ela havia falhado pela falta de uma liderança forte, disciplina e comprometimento. Warren chegou a conclusão exatamente oposta."[14] Warren condenou a falta de soberania individual da comunidade como o motivo principal do fracasso da experiência. Ele se esforçaria ainda para organizar outras comunidades anarquistas como a Utopia e a Modern Times.
Reunindo colonos vindos de França no Rio de Janeiro no ano anterior, inspirado na teorias de Fourier, em 1842 o Dr. Benoit Jules Mure se dirige à margens da Baía de Babitonga, perto da cidade histórica de São Francisco do Sul com o objetivo de iniciar aquela que ficaria conhecida como a primeira experiência libertária do hemisfério sul, o Falanstério do Saí ou Colônia Industrial do Saí. A experiência duraria poucos anos devido ao despreparo de seus componentes e incapacidade de coesão que resultou em um grupo à frente do qual estava Michel Derrion. Este constituiria outra colônia a algumas léguas do Saí, num lugar chamado Palmital: a Colônia do Palmital. No entanto, ambas experiências não prevaleceriam.
Mais de quarenta anos depois, em 1889 um grupo articulado por esforço do agrônomo-veterinário Giovanni Rossi se engajaria em uma nova experiência de comunalismo experimental. No municipalidade de Palmeira, no interior do Paraná eles dariam forma a uma comunidade baseada nos princípios libertários do cooperativismo, do anticlericalismo e na negação de outras instituições tradicionais como a hierarquia, o matrimônio e a família nuclear: esta fora denominada Colônia Cecília em referência a um dos romances previamente escritos por Rossi. Apesar desta experiência também ter sido de curta duração, seu impacto no imaginário foi tremendo tanto no Brasil como na Itália. Canções e livros foram escritos inspirados nesta experiência que seria rememorada por mais de cem anos entre os anarquistas.
[editar]O primeiro anarquista autoproclamado


Na época em que Proudhon assumiu a denominação de "anarquista" o termo era considerado ofensivo e pejorativo pela maior parte dos libertários.
Ver artigo principal: Pierre-Joseph Proudhon e Mutualismo
Pierre-Joseph Proudhon é considerado o primeiro anarquista auto-intitulado, uma classificação que ele adotou em sua primeira obra O que é a Propriedade?, publicada em 1840. Por essa razão alguns consideram Proudhon como o fundador da teoria anarquista moderna.[15] Ele é o autor da teoria do ordenamento espontâneo na sociedade, onde a organização emerge sem um coordenador central para impor suas próprias idéias de ordem contrra as vontades de indivíduos agindo em seus próprios interesses; seu famoso mote sobre esta questão é, "Liberdade é a mãe, não a filha, da ordem."
Em "O que é a Propriedade?" Proudhon responde a questão seu famoso mote em tom de denúncia "Propriedade é um roubo". Nesse trabalho, ele se opõe a instituição da "propriedade" (propriété), em que os donos possuem direitos plenos de "usar e abusar" de sua propriedade da forma como desejarem.[16] Em contraste ele defende o que chama de "possessão", ou propriedade limitada de recursos e bens apenas quando em utilização mais ou menos continuada. Posteriormente, no entanto, Proudhon afirmaria que "Propriedade é Liberdade", e argumentaria que é ela a única proteção contra o poder do estado.[17]
Sua oposição ao estado, à religião instucionalizada, e à certas práticas capitalistas inspiraram libertários que vieram depois dele, transformando-o em um dos principais e mais influentes pensadores de seu tempo.
Enquanto ele se opunha ao comunismo, a política de aluguéis e aos favorecimentos na remuneração por trabalho, também se opôs a escravidão do salário capitalista (i.e. lucrar em cima do trabalho de outrem).[18]
Proudhon defendia como sistema econômico alternativo o mutualismo, chamandoo os trabalhadores a se auto-organizarem em sociedades democráticas, com condições igualitárias para todos os seus membros, em prol do colapso do feudalismo". Sob o capitalismo, argumentava, os empregados são "subordinados, explorados" e a "condição permanente daquele que obedece, é a escravidão".
As idéias de Proudhon tiveram grande influência nos movimentos da classe operária francesa, e seus seguidores foram ativos na revolução de 1848 na França bem como durante a Comuna de Paris em 1871. No entanto, nas duas ocasiões havia outros grupos de anarquistas ativos que ora concordavam, ora faziam frente aos seguidores de Proudhon. Entre os anarquistas que participaram da Revolução de 1848 na França estão incluídos Anselme Bellegarrigue, Ernest Coeurderoy eJoseph Déjacque, este último foi a primeira pessoa a se autodeclarar um "libertário". Déjacque foi também um crítico do antifeminismo de Proudhon e de seu mutualismo, adotando uma posição anarco-comunista.[19]
Outros anarco-comunistas, como Kropotkin, posteriormente também discordariam de Proudhon por sua defesa da "propriedade privada" na produção do trabalho (i.e. trabalhos, ou "remuneração pelo trabalho feito") ao invés da livre distribuição de produtos do labor.[20]
[editar]Anarcoindividualismo
Ver artigo principal: Anarquismo individualista
A partir da influência da obra O único e sua propriedade escrita por Max Stirner e publicada em Leipzig na Alemanha em 1844 surge uma nova vertente libertária conhecida como anarquismo individualista ou abreviadamente anarcoindividualismo. Neste livro Stirner lança uma crítica radical pró-indivíduo e antiautoritária sobre à sociedade prussiana contemporânea e por extensão à toda sociedade ocidental. O livro proclama que todas as formas de religião e ideologias, assim como o estado, a legislação e os sistemas educacionais são ilegítimos por repousarem em conceitos vazios que buscam limitar os indivíduos através da sobreposição da autoridade de uns sobre a individualidade de outros.
Os argumentos apresentados por Stirner com base no criticismo hegeliano, questionavam muitas das ideologias que a época eram populares entre elas o nacionalismo, o estadismo, o liberalismo, o socialismo, o comunismo e o humanismo.
[editar]Socialismo libertário
Ver artigo principal: Socialismo libertário
Na segunda metade do século XIX o socialismo libertário ou anarquismo comunista ganharia corpo a partir dos escritos de teóricos como Mikhail Bakunin e Piotr Kropotkin em diálogo com a critica marxista do capitalismo, mas sintetizando também um outro conjunto de críticas à proposta "estadista revolucionária" (ditadura do proletariado) defendida por Marx e Engels para a superação do capitalismo, enfatizando a importância de uma perspectiva comunal para manutenção da liberdade individual num contexto social. Nesse sentido a alcunha Socialismo libertário se contrapõe a perspectiva do Socialismo autoritário defendido por Marx, Engels e outros autores identificados com seus escritos.
Bakunin viu a necessidade de defender a classe trabalhadora contra a opressão e a dominação da classe dominante como um meio de dissolver o estado. Kropotkin por sua vez baseado em estudos de zoologia e evolução biológica concluiu que a cooperação superava de longe a competição em sua importância para sobrevivência das espécies. Em 1902 ele publicaria suas conclusões e suas críticas às idéias emergentes de Darwinismo social em seu livro Mutualismo: Um Fator de Evolução.
[editar]Anarquismo ilegalista e Niilismo
Ver artigo principal: anarco-ilegalismo e niilismo
Tendo suas bases na filosofia anarcoindividualista em um contexto de grande perseguição e violência por parte dos estados nacionais para com os libertários o anarco-ilegalismo ganhou força no final do século XIX na forma de ciclos de retaliação, vingança, sabotagem e assassinatos orquestrados entre estadistas (reis, generais e presidentes) e os ilegalistas, minoritários entre os libertários, em sua maioria adeptos da chamada propaganda pelo Ato.
Acreditavam os ilegalistas que através de atos de violência e assassínios de figuras chave do capitalismo seria possível alcançar um momento revolucionário onde o estado e a dominação capitalista seriam abolidos. Sua forma mais radical surgiu na Rússia onde na luta contra o estado e diante de um alto grau de repressão, diversos revolucionários em sua guerra contra o poder consideravam que os poderes do estado deveriam ser derrubados fosse qual fosse o custo. Este movimento ficou conhecido como Niilismo e teve entre suas principais figuras o revolucionário Sergey Nechayev.
Tais ações na medida em que serviam de base para propaganda antianarquista bem como justificativa para amplas perseguições a grupos libertários sem qualquer envolvimento, foram amplamente refutadas por muitos outros anarquistas que as consideravam ineficientes, nocivas e contra produtivas.
A despeito dos anarcoilegalistas e niilistas serem muito poucos se comparados às demais vertentes, fundamentados em seus atos os propagandistas do anti-anarquismo trabalharam durante muito tempo com o intuito de associar o anarquismo as imagens da bomba, do punhal, assim como ao caos. Como em muitos casos, mais tarde outros grupos anarquistas adotariam tais imagens como seus próprios símbolos.
[editar]Sobre os liberais


Henry David Thoreau
Os liberais foram frequentemente rotulados de "anarquistas" por monarquistas, mesmo quando não defendiam a abolição da hierarquia. Ainda assim, eles promoveram ideais limitados de igualdade, através da defesa de direitos individuais, e da responsabilidade dos povos de julgar seus governantes, providenciando uma base para o desenvolvimento do pensamento anarquista. Desenvolvida com base nos preceitos liberais a sociedade política estadunidense possui diversos pensadores cuja obra é considerada tanto pelos liberais quanto pelos anarquistas, é o caso de Henry David Thoreau e sua obra Desobediência civil. Como ele, outros liberais clássicos considerados radicais entre seus pares acabaram por ser associados com a tradição do socialismo libertário.
Anarcocapitalismo surgiria bem mais tarde quando grupos de liberais defendendo ideologias de livre-mercado ao ponto de negarem a necessidade do estado, aspecto no qual se assemelharam ao anarquismo. Outros anarquistas argumentam que o capitalismo é um sistema hierárquico que viola os princípios de não-hierarquia da filosofia anarquista. Anarcocapitalistas e anarquistas (anticapitalistas) geralmente concordam que o anarcocapitalismo é parte da tradição liberal clássica da escola libertariana de pensamento ao invés de estar afiliado ao anarquismo "clássico".
[editar]Século XX
Por todo o século XX, os anarquistas atuaram politicamente junto aos movimentos operário, camponês e feminista. Muitos libertários também dedicaram suas vidas à luta contra o autoritarismo, o racismo e o fascismo. A influência destas lutas sobre algumas vertentes anarquista é notável.
Os anarquistas assumiram importantes papéis em diversas revoltas e revoluções no final do século XIX e início do século XX, como o levante do exército negro na Ucrânia, também conhecido como movimento makhnovista contra as forças sovietes que chegaram ao poder com a Revolução Russa em 1917.
No Brasil e na América do Sul junto com as levas de imigrantes vindos da Europa desde a segunda metade do século XIX, o Anarquismo se fez conhecer, inicialmente através de diversas publicações nas principais cidades. Logo floresceram centenas de sindicatos anarquistas, centros culturais e escolas libertárias, a maioria delas de orientação anarco-sindicalista. Pelo menos duas greves gerais ocorreram na década de 1910 e esta mesma década terminaria com uma insurreição anarquista no ano de 1919 paralisando a capital do país.
Neste contexto no Brasil destacam-se as atuações de diversos ativistas entre eles Edgard Leuenroth, Djalma Fettermann, Domingos Passos, José Oiticica, Maria Lacerda de Moura, Neno Vasco Oreste Ristori, Gigi Damiani, Zenon de Almeida, Fábio Luz, Florentino de Carvalho, Avelino Fóscolo entre outros.
Nos Estados Unidos, muitos dos imigrantes vindos da Europa no início deste século também eram anarquistas. Grupos de libertários italianos se organizariam em diversas atividades, algumas delas de cunho ilegalista na luta por melhores condições de trabalho e contra a miséria a que estavam submetidos. Notável também foi a atuação dos anarquistas judeus vindos da Rússia e Europa Oriental desde a segunda metade do século XIX. Estes fundaram diversos jornais que circulavam por redes internacionais de informação e solidariedade.
Também no contexto estadunidense do início do século XIX foi especialmente marcante os episódios referentes ao julgamento e condenação de Sacco e Vanzetti que por todo mundo mobilizaram milhares de trabalhadores a tomarem as ruas em solidariedade e exigindo justiça. Muitos sindicatos e organizações operárias norte-americanas de orientação anarco-sindicalista desempenharam um papel importante na formação do espectro político daquele país. Entre eles destacam-se a atuação histórica dos ativistas da Industrial Workers of the World.
Merecem destaque no contexto estadunidense a atuação de Alexander Berkman, Emma Goldman, Johann Most, Kate Austin, Lucy Parsons, Luigi Galleani, Voltairine de Cleyre, Rudolf Rocker entre muitos outros.
Na Europa, no primeiro quarto do século XX, os movimentos anarquistas alcançaram êxitos relativos, ainda que breve, e acabaram por ser violentamente reprimidos. No entanto, nas décadas de 1920 e 1930, o conflito entre o anarquismo e o estado foi em grande medida eclipsado pelo conflito entre o capitalismo e o comunismo - entre suas vertentes o Liberalismo, o Fascismo, e o Stalinismo - que terminou com a derrota do Fascismo Europeu na Segunda Guerra Mundial. Durante a Guerra Civil Espanhola - que muitos consideram um preludio da Segunda Guerra - um amplo movimento anarquista popular organizado em milícias e organizações operárias se estabeleceu na Catalunha em 1936 e 1937 e coletivizou a terra e a indústria. Com o tempo e o crescimento dos aparatos de controle stalinistas na República, os anarquistas foram primeiro colocados de lado para depois serem esmagados. A ação stalinista beneficiaria a chegada ao poder do regime franquista de orientação fascista, do qual os stalinista oficialmente fizeram oposição.
Ao fim da Segunda Grande Guerra, a Europa estava dividida entre a região capitalista sob a influência do liberalismo estadunidense, e a região comunista sob o controle da União Soviética, estabelecendo as bases geográficas para a dicotomia política entre o comunismo e o capitalismo que se espalharia pelo globo na forma de golpes, insurreições, invasões e guerrilhas. No entanto, a influência filosófica do anarquismo permaneceria latente até ressurgir na década de 1960.
Um ressurgimento do interesse popular no anarquismo se deu durante as décadas de 1960 e 1970. No Reino Unido ele esteve associado com o movimento Punk; a banda Crass é celebrada por suas ideias pacifistas e anarquistas. Na Dinamarca, a Cidade Livre de Christiania é fundada no subúrbio de Copenhagen. A crise de emprego e habitação na maior parte do leste europeu leva a formação do movimento de comunas e okupas que permanece vigoroso em diversas partes da Europa, principalmente na Espanha e Alemanha.
Em 1980 novas vertentes do anarquismo ganham corpo nas reflexões e práticas de grupos libertários que se distanciam do anarquismo clássico. De um lado o ecologismo radical, rejeição da tecnologia moderna, e a crítica à civilização tornam-se as bases do Anarcoprimitivismo defendido nas reflexões de teóricos como John Zerzan e nas práticas de ativistas como Theodore Kaczynski (o Unabomber).
[editar]Anarquismo na contemporaneidade

Referências

↑ Harold Barclay, People Without Government: An Anthropology of Anarchism (London: Kahn & Averill, 1982).
↑ Iliadas II, 703
↑ Historias IX, 23
↑ http://ancienthistory.about.com/od/greekphilosoph1/g/052809Cynicism.htm
↑ Malcolm Schofield, (1991), A idéal estóica de Cidade. Cambridge University Press.
↑ a b Anarquismo no Black Rose Books
↑ Max Nettlau, A Short History of Anarchism (London: Freedom Press, 1996), p.8.
↑ http://www.britannica.com/EBchecked/topic/22753/anarchism/224798/Anarchism-in-the-arts
↑ http://www.powys-lannion.net/Powys/LettrePowysienne/FRJCP.pdf
↑ Dictionary of the History of Ideas - ANARCHISM
↑ Um bom exemplo disso pode ser visto em uma carta que escreveu para o Col. Edward Carrington, em 16 de janeiro de 1787
↑ Piotr Kropotkin, "Anarquismo", da Encyclopaedia Britannica de 1910
↑ Sheehan, Sean. Anarquismo, Londre: Reaktion Books Ltd., 2004. pg. 85
↑ Kenneth Rexroth, "Communalismo."
↑ Daniel Guerin, Anarquismo: Da Teoria à Pratica (New York: Monthly Review Press, 1970).
↑ Proudhon, Pierre-Joseph. "Chapter 3. Labour as the efficient cause of the domain of property" from "What is Property?", 1840
↑ Edwards, Stewart. Introduction to Selected Writings of Pierre-Joseph Proudhon, Anchor Books, Doubleday & Company, Inc. 1969, p. 33
↑ Proudhon, Pierre-Joseph. The General Idea of the Revolution, p. 281
↑ Table Of Contents. Página visitada em 28 de Outubro de 2009.
↑ Kropotkin, Piotr. Chapter 13 The Collectivist Wages System from The Conquest of Bread, G. P. Putnam's Sons, New York and London, 1906.
Categoria: História do Anarquismo

sábado, 2 de abril de 2011

EU SOUL

sigo estrelas
aposto em sonhos
sou soul
me rock é roots
meu samba, mutante
meu rap, cidadão
meu blues, meu jazz,meu chorinho,
soam baião.

(nego jorge ghezo)

segunda-feira, 28 de março de 2011

ced 07 alunos no teatro

Minudências, o livro

Apresentação

Tenho acompanhado a literatura de Brasília há cerca de 14 anos e minha biblioteca possui uma prateleira só com livros de escritores daqui. Não por uma opção de prestigiá-los, tão somente. Mas para que eu pudesse, nesses anos todos, ter condições de elaborar uma opinião concreta sobre o que se faz no DF, em termos de letras. Não possuo na minha estante os melhores livros de Brasília. Na verdade, em sua maioria, são intragáveis. Sub-literatura, no seu sentido mais exato. São dezenas de pessoas que se arvoram a autodenominar-se poetas, pelo fato de juntar mil reais e mandar uma gráfica imprimir cem exemplares do que se ousa chamar de poesia. Brasília tem disso, sim. E dá dó, porque o efeito é desastroso. O leitor traumatiza-se e jamais apanhará um outro livro de escritor da cidade, sequer por curiosidade. São publicações sem qualquer critério ou bom senso. Esses escritores aos quais me refiro, quando muito, fazem da sua tiragem um formidável “banco de livro”: uma pilha de livros para sentarem-se as visitas.
Por isso, quando me deparo com pedra rara, solto fogos e mais fogos. E sei que os anjos lá no céu tocam trombetas. Seus textos, Jorge, estão muitos, mas muito mesmo, acima do nível dos poemas aos quais me referi. Bem a propósito da nossa época: curtos, rápidos e objetivos. Sem lengalenga e conversa fiada. São líricos, mas também bem humorados. Todos eles guardam boas surpresas no decorrer do texto e muitos delas reservam para o final, um despacho inesperado. Sem exagero, fiquei espantado. Não sou muito de costurar elogios aos poetas principiantes ou aos que ainda não publicaram, mas seu texto está maduro e consistente. Digno de vir a público. Sempre tive como critério maior para classificar meu gosto por um texto, seja ele em poema ou prosa, quando acabo a leitura digo a mim mesmo: “puxa, este texto eu gostaria de ter feito!” E assim são os seus poemas.

Simão de Miranda, 28 de março de 1997.


O CAVALEIRO E OS MOINHOS

VOCÊ É PURA,
E EU SOU O AVESSO DO AVESSO,
DA PURA LOUCURA.

VOCÊ É SÓLIDA
E EU SOU FLUÍDO
VESTIDO DE SOMBRAS
E ENIGMÁTICO SORRISO

VOCÊ É LOUCA?!















MINUDÊNCIAS

CONTEMPLANDO MINHA PELE NEGRA
PENSO, REFLITO, SUSPIRO
COM MINHAS VENTAS LARGAS
MEU PEITO ABERTO
MEUS BEIÇOS SALIENTES...

RISONHO,
VEJO O PASSADO PRESENTE E,
EM CÂMERA RÁPIDA, VELOZ,
MIRO O ALGOZ NO OLHO
COM UM SORRISO ENTREDENTES
ENQUANTO PREPARO O MOLHO
PARA REGAR AS SEMENTES.













RETRATO FALADO



MINHAS TRANÇAS
TRANSAM BEM COMIGO
ENTRELAÇAM-ME
TRAÇAM TEIAS
DECORANDO MEU COURO CABELUDO.

MAS MINHAS TRANÇAS,
EM MIM
NÃO É TUDO!!!
















EXISTÊNCIA


MEÇO O ESPAÇO
ENTRE O QUE PENSO E O QUE FAÇO
ENTRE O QUE DIGO E O QUE OUÇO
ENTRE A BORDA E O FUNDO DO POÇO.

MEÇO A ESTRADA
ENTRE A CHEGADA E A SAÍDA
ENTRE A MINHA E A TUA VIDA
ENTRE O VIVER E O SONHAR.

MEÇO O TEMPO
ENTRE O VI E O VER
ENTRE PASSADO E PRESENTE
ENTRE VIVI E VIVER.

ENTRE EU E VOCÊ
HÁ TODO UM MUNDO REPLETO
DE ABRAÇOS, NOITES, ESTRADAS
TRANÇANDO UMA PONTE DE AMORES
ENTRE O EXISTENTE E O NADA.







REVELAÇÃO


IMERSO EM MEU UMBIGO
NÃO VI
QUE A VIDA ESVAÍA-SE LENTAMENTE
COMO COCHILO EM VIAGEM DE TREM.

QUANDO DEI POR MIM,
A ÁGUA JÁ TINHA PASSADO
POR DEBAIXO DA PONTE!

















NOITE


A NAVALHA SOBRE MINHA PELE PRETA
EXPÕE MEU RUBRO SANGUE
GOTA-A-GOTA.

A VIDA, DIFÍCIL E ROTA,
AOS POUCOS CONSTRÓI UMA POÇA
DA MAIS PURA ILUSÃO...
OU NÃO?!

















MEDO


SE PARA TI ESCREVO
TODO DIA–A-DIA,
É QUE NO SEGUNDO SEGUINTE
A BOMBA,
POMBA DE TENEBROSAS PENAS,
PODE POUSAR NO PÔR-DO-SOL.
















PUZZLE

MINHA INTENÇÃO É DE VIDA
SABER DO OUTRO LADO
DA MARGEM DO RIO.

MINHA INTENÇÃO É NÃO TÊ-LA
E, INTENCIONALMENTE NÃO VÊ-LA,
PREOCUPANDO CABEÇAS COMUNS.

MINHA INTENÇÃO É “UMAS”
NÃO VÊS?!
ESTÁ CLARA EM MINHA RETINA
PARA QUEM TEM OLHOS PARA OUVI-LA.















FUTURO

PASSEI MAIS UM CAIS
DEIXEI PARA TRÁS
MAIS UM PORTO
LEVANDO EM MEU CORAÇÃO ROTO
LEMBRANÇAS IMPESSOAIS.

E LÁ VOU EU VELAS ABERTAS
NO PEITO BRILHOS DE SÓIS
OS PÉS DESCALÇOS, SALGADOS,
DEDOS DE DOMINÓS

LÁ VOU EU ROMPENDO ONDAS
PARA TRÁS SÓ DESERANÇA
LÁ VOU EU VELAS ABERTAS
AO CABO DA BOA ESPERANÇA.










DRUÍDA

DISSESTE QUE VIRIA
NO MEIO DE UM DIA
QUEM SABE, NA CARROCERIA
DE UM TANQUE DE GUERRA.

DISSESTES QUE ABRIRIA
DE NORTE A SUL A TERRA
RESSUSCITANDO O PASSADO
PASSADO ENTRE QUATRO PAREDES.

DISSESTE QUE UM DIA
(QUEM SABE HOJE!)
APARECERIAS QUAL AMAZONA ALADA...

NADA...
NEM MESMO UM RECADO
POR UM JORNAL NACIONAL!












CONFISSÃO


OLHANDO EM TEUS OLHOS
ME VI REFLETIDO,
FRAGMENTADO,
ME VI MAL-AMADO.
ME VI DISPONÍVEL..

OLHANDO-ME NO ESPELHO
ME VI REFLETIDO,
FRAGMENTADO.
ME VI MAL-AMADO...
ME VI DISPONÍVEL!













DELÍRIO, MEU!


UM DISCO
PASSOU
(VOADOR QUE ERA!).

VOLTOU,
OLHOU PARA MIM
PISCOU-ME UM OLHO
E POUSOU NUM FIO
DE ALTA TENSÃO.
















SOBRE O AMOR

SE AMAR NÃO SE ENSINA
SENTIMENTO MUITO MENOS
PAIXÃO, AMORES AMENOS
COISAS QUE NÃO SE DESTINA.

SE TEU SIM CONTÉM UM NÃO
SOFRIMENTO NÃO COMOVE
E SE A TERRA POR “SI MOVE”
É DO HOMEM A DESTRUIÇÃO.

NA VERDADE, SENTIMENTO
COMO AMOR NÃO SE ENSINA,
PELO MENOS NO MOMENTO!












POEMA EM PÓ.

APAGO TEU BRILHO
LADINA
COM UM ASSOAR
DE NARINA.



















TAPA NA CARA


(EU NUNCA TIVE HERÓIS)
NEM DEUSES
NEM LENNONS
NEM ARRIGOS
NEM CAETANOS.

(EU NUNCA TIVE DEUSAS)
NEM A VIRGEM
NEM MARIA
NEM VOCÊ

QUE ME LÊ...

EU NUNCA TE VI
SÓ EU!











POEMA KAFKIANO

MALDITOS TEMPOS
EM QUE TEMPLOS SÃO BOMBARDEADOS
E QUE A VIDA HUMANANIMAL
NADA VALE

MALDITOS TEMPOS
EM QUE A PAZ É AMALDIÇOADA
E A REALIDADE DA GUERRA CRUEL
É COMPANHEIRA DE QUARTO E SALA.

MALDITOS TEMPOS
EM QUE SOMOS ESCRAVIZADOS.

MALDITOS TEMPOS
EM QUE TEMOS QUE AMALDIÇOAR OS TEMPOS.











SANGUE AFRICANO


MEU SANGUE NEGRO
VICEJA EM MINHA PELE MORENA
LATEGADA
FUSTIGADA
SANGRANTE.

TRANSPARECE EM MINHA EPIDERME
MEU SANGUE AFROBRASILEIRO
VERMELHO
VERDE
AZUL
AMARELO
E PRETO.

BRILHA EM MIM
A ÁFRICA ANCESTRAL
PARA O BEM E PARA O MAL.






PRECISÃO


PRECISO TORNAR-ME
CÉTICO, CÍNICO, CLÍNICO
BOTAR
MINHA BARBA DE MOLHO
FECHAR O OLHO
PARA QUEM NÃO ME VÊ.

PRECISO FICAR
AUTOCONFIANTE
FOCADO
CENTRADO
À BEIRA DO CAMINHO
CURTINDO
A CARA VELA QUEIMAR.

EM VERDADE, NA VERDADE,
PRECISO DE SIZO
DE SORRISOS
A ME NINAR.






ÀFRICA


NEGRO TÁ NA MODA
TÁ NA MIRA
NAS COTAS
NA COZINHA
NOS CRUZAMENTOS

NEGRO TÀ AQUI
TRAFICADO DE LÁ

E TU, NEGRO,
ONDE ESTÁ?!















ANCESTRALIDADE


HOJE ESTOU FELIZ
COMO UM MENINO AFRICANO,
CORRENDO PELAS SAVANAS,
PELAS ESTEPES...

HOJE,
MINHA ALMA NEGRA BRILHA
COMO O IMPÉRIO DE MALI,
COMO SONGHAI

HOJE,
CABEÇA ERGUIDA,
TRILHOS OS CAMINHOS
DE MEUS ANCESTRAIS.










ALTO RETRATO


SOU HOMEM DE MEU TEMPO,
DE MEUS INVENTOS,
FRUTO DE MEU OLHAR.

SER HUMANO EM CONSTRUÇÃO
SOFRO INFLUÊNCIAS DIVERSAS.

DISPERSO, DIVIDIDO, FRÁGIL,
SOU PRESA FÁCIL DO PORVIR.

MAS SOU SER QUE SENTE
E QUE VERSA.

HOMEM DE INTENTOS,
INVENTO CAMINHOS
TENTO CAMINHARES.

POETA,
BUSCO NOVOS ARES.






AUTO POEMA


EU
E MEUS VERSOS,
MEUS PAPÉIS DISPERSOS,
IDÉIAS EMPÍRICAS.

EU E MINHA PICA,
MEU TESÃO, DESEJOS,
DERROTAS, ROTAS, TRILHAS.

EU E MEUS TRILHOS,
MEUS BRILHOS,
BASEADOS,
SECOS E MOLHADOS

EM VERDADE
EU E MEUS SUCESSOS
EU E MEUS FRACASSOS.






ALTO RETRATO DOIS


ALEM DE DIALÉTICO,
SOU DISLÉXICO,
APOPLÉTICO,
MUITAS VEZES ORTODOXO
NOUTRAS MODERNISTA.
(À PROPÓSITO, SOU MEIO DESLIGADO,
FOCADO
EM TEMAS PUERIS!)

QUASE ARTISTA
PROFESSO PRETENSAS VERDADES.
COMETO VERSOS,
PENSO QUE PENSO,
TENTO, SUSPENSO,
MANTER-ME COESO.

ACESO, TESO, TENSO,
DESEJO SER POETA.

E RIO
DE MEU BOM SENSO!





IMAGEM


VALHO O QUE PAREÇO,
O QUE POSSUO,
O QUE POSSO
PAGAR,
O LUGAR,
O SETOR,
O ESTADO,
O QUE REFLITO,
COMO ME DECORO,
QUAL MEU LEIAUTE,
QUAL A MARCA,
QUAL A CÉDULA,
A QUE CÉLULA
SECULAR PERTENÇO.

MAS,
VALHO
O QUE PENSO?





CAMINHOS


QUASE INVISÍVEL
PRESENTE EM EXCESSO
APENAS PASSO.

GUERREIRO TÁTICO,
PARANÓICO,
DESTRONADO,
BEIRO O DESESPERO
BAILANDO
ENTRE PRÍNCIPE
E SAPO.
















MUNDO


DEUS
NÃO DÁ ASA A COBRA...
SORTE!
SOU LEÃO
SOU CÃO,
SOU JOSÉ.

E DEUS,
SE QUISER,
NÃO VAI SE METER
NESTA HISTÓRIA!













DEFINIÇÃO


SIGO ESTRELAS,
APOSTO EM SONHOS.
SOU SOUL!

MEU ROCK É ROOTS,
MEU SAMBA É MUTANTE,
MEU RAP É CIDADÃO.

MEU BLUES, MEU JAZZ, MEU CHORINHO,
SOAM BAIÃO!
















CONVEXIDADE


NÃO TENTE ME ENQUADRAR
POIS TEU SONHAR É REDUZIDO
LIMITADO DE LADO A LADO
POR ARQUÉTIPOS VENCIDOS

NEM TENTE ANALISAR
O QUE JÁ SAI TRADUZIDO
ARTICULADO EM SONS
COM FORTES TONS DE DORMIDO.

COMO ME QUALIFICAR
SE VOCÊ PRECISA DE ESPELHO
PARA ENXERGAR TEUS DOIS OLHOS
E SABER DE TEU CORPO INTERNO?











BRASIL


NÃO É QUE EU FAÇA
QUESTÃO DE SER FELIZ

SÓ QUERIA QUE PARASSEM
DE MORRER DE FOME DE LETRAS
A UM PALMO
DE MEU NARIZ.



(Não confie em ninguém com mais de 30 poemas)












PRONTUÁRIO DO COMETEDOR DOS VERSOS.


José Jorge, vulgo nego Jorge ghezo, vulgo baiano, vulgo negão, vulgo professor... dito e desdito, construído e construindo, mas quase sempre, inventado.
Nascido no recôncavo baiano, na cidade de Castro Alves, na Bahia, cidade que já doou pro Brasil, guerrilheira do tempo de Dilma.
É, agora, calango criado, tostado, formado e deformado pelo sertão goiano-brasiliense.
Negro quase preto, é traficante de idéias e homizia-se na Cidade do Gama onde “A Casa é Grande, a Ponte é Alta,a Porta é Aberta e a Cidadania, escancarada!”.


Contato: negojorgeghezo@gmail.com

sábado, 19 de março de 2011

The Rolling Stones and Buddy Guy - Champagne and Reefer - Live 2006




UM BLUES
uma canção invade o palco
e os versos
tem cheiro de blues, garota.

a letra diz que esse blues é para você,
e este solo de guitarra é para você relembrar
DAQUELES BELOS TEMPOS

E o blues fluía, garota
como se o mississipi fosse um quilombo
como se fosse palmares
e zumbi viajasse nas palavras do blues

e o blues, garota
preenchia a noite e espalhava teu cheiro
agreste
enquanto um solo de guitarra,
invadia o palco.

e este blues é para você garota
e é para relembrar-mos os velhos tempos
(jorge Ghezo)

poesias

BRILHO D'ALMA

a madrugada trouxe a lucidez
brilhante que defenestrou
as brumas de minha travessia.

enquanto eu ria
o outro, o oposto, num esgar
me acenava da outra margem...

eu, alheio, claudicante
calmamente, segui o dia.

(Jorge Ghezo)



À PARTE

a metade que em
em mim se abate
apresenta-se nua e crua.

insidiosa e insinuante
espreita-me pela vida...

mas a outra parte, ladina,
esgueira-se com sua lira
traça pentagramas em minh!alma
sorve néctares de sonhos
e isso a nós acalma.

(Jorge Ghezo)

Outros poemas


ALMA

traficante de idéias
ofereço poemas destacáveis
(gigolô de palavras que sou!).

negro, metido a besta,
exploro letras
pontuações...
pirateio poetas.

atleta noturno
rio para ti
 fluxo e refluxo?
sem saber, paciência,
de tuas minudências.
(Jorge ghezo)



TRAFICANTES DE IDÉIAS


consumidores de cultura
cursamos córregos, rios,
nascentes crispinianas

acomodamos margens diferentes

nativos, negros, brancos chegantes


amalgamamos quilombos
semeamos
sementes de ipês
brancas flores de pequis
caliandras

gigolôs de palavras
prescrutamos trens pantaneiros
ao som de timbres de violas enluaradas

ladinos,
vivemos em planaltos capitais
ao som de cachoeiras
e sombras retorcidas...
(Jorge ghezo)


CORAÇÃO DE LEÃO

um coração leonino
quando se parte
não tem regeneração
nem remendo

mesmo que se tente
fica algo doente
corte que não cicatriza...

um coração leonino
é frágil como a primavera
é doce como o outono
é forte como um menino.

(Jorge ghezo)







CHUTE

entre meu pé e o gol
uma história de amor
entre meu chute e a defesa
beijos sobre a mesa
entre o escanteio e o cabeceio
meus lábios, teus seios.
entre o que penso e a torcida
desejo, sonhos, vida.


entre o que penso e o que planejo
plano de jogo, taticas.
entre meu drible e o sonho
sou o que sôo
sobbreponho.

(Jorge ghezo)

TONS


gente que toca
me invoca
me deixa encantado.

ouvinte,
rumino versos
tento me descrever!

consumidor
ligo a vitrola
olho a hora
junto o tempo
e engravido o agora!
(jorge ghezo)

feminina
estampada, chapada,
ouvindo ana carolina
trafego por esquinas
bocas, ruas rotas
à cata...

gatas, gatos, vira-latas
me fazem companhia

sozinha, misturo-me
com a noite.

o açoite,
é coisa minha...

 (Jorge Ghezo)

LIVRO

detalhe na estante
instantes captados
gravados em letras.

a lombada, o cheiro
o sentir inteiro
lembranças materializadas.

livro é confissão
minudências
paixão.

(Jorge Ghezo)